segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O mundo é um babaca

A mídia anda falando muito em bullying.
Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica praticada por pessoas denominadas bully, ou bullies.
Tudo começa com um empurrão, um tapinha na parte de trás da cabeça ou na nuca e as 'brincadeiras' vão ficando cada vez piores. Acontece que, quem sofre a agressã,o não está brincando e nem achando o mínimo de graça.
A classe média, indignada com algum filhinho de papai que foi vítima de um bully, ou valentão, criaram sities, reportagens, campanhas, passeatas blá blá blá...
Pelas campanhas 'antí-bullying' tudo seria muito bonitinho:
- Vamos conversar com os professores para educar seus alunos à coibir e denunciar este tipo de violência.
Acontece o seguinte, minha cara socialite:
Primeiro: O professor está nem um pouco interessado nos problemas de algum aluno que esteja sofrendo bullying, afinal ele tem que dar cerca de 12 aulas por dia, chegar em casa corrigir atividade e ainda cuidar da casa, filhos, de si mesmo, e que sá, dormir um pouco, afinal amanhã vai ser tão dureza quanto hoje.
Segundo: Quem é o maluco que vai chegar na secretaria e denunciar que algum valentão está batendo em seu colega? Afinal 'não é eu, não é problema meu!'
Terceiro: A diretoria ou coordenadora, no alto da sua mesa em mogno vermelho mal sabe o que se passa dentro de uma sala de aula, a não ser quando some o material de algum aluno e 'ninguém vai embora se ele não aparecer!'.
Quarto: Só falatório não vai impedir um valentão de atormentar alguém. Ou vocês acham que um 'não podemos agredir nossos coleguinhas' vai fazer nosso valentão pensar: 'Nossa, ele está sofrendo, coitadinho dele...'. Ora.
Nossos valentões, geralmente, são pessoas autoritárias, com pais autoritários que falam que 'você não vai fazer isso porque não pode'. Esses pais 'valentões' ficam indignados com a violência nas ruas mas transferem todas as suas responsabilidades de educar seus filhos para um professor despreparado que não está nem aí para a paçoca, afinal nós, os pais, somos muito ocupados para cuidar de nossos filhos, trabalhamos das 8 às 6 e quando chegamos em casa estamos exaustos e ainda temos conta para pagar.
E assim o valentão vai crescendo, sem referência de pai ou mãe, ou nem sabe como é receber carinho dado por alguém. Um valentão não sabe o que é amar, a não ser quando ele ganha aquele videogame ultra-moderno pré-lançamento que o seu pai lhe deu, aí nessa hora ele fala, sem ao menos saber o que está dizendo: - Pai eu te amo, você é o maior pai do mundo.
Claro, é dois coelhos com uma cajadada só! O valentão vai ficar o dia inteiro jogando Call Of Duty, GTA e outros jogos do tipo no final de semana e não vai dar trabalho algum ao pai que prefere ficar assistindo algum programa vazio em sua TV ultra fina de 50 e la vai polegadas do que tirar algumas horas para um passeio no parque com seu pimpolho.
Quando chega na segunda-feira, já que não dá para levar todas aquelas armas pomposas do videogame para a escola e matar os coleguinhas que são nossos inimigos (ah! Que dó!), então vamos agredir fisicamente mesmo. O que é um arranhãozinho, um furado de lapiseira, uma canetada na orelha, ou algum roxo em alguma parte do corpo? Sem dizer que aquela chamada de 'boiola' ou outros apelidinhos perjorativos é frescura sua! E choquinho (pegar você pelo cabelo e balançar para frente e para trás) é tão divertido!
O sonho de toda criança que sofre na mão do valentão é de que um dia esse valentão venha a passar alguma humilhação, infelizmente, por algo maior do que a humanidade aquele valentão que atazana nossa paciência desde a 1ª série não sofre nada em nenhuma parte da sua vida. Ele não bomba, por mais notas 3 que ele tire, algo mágico acontece na recuperação e ele passa de ano (na verdade se a os professores o bombar, os pais dele irão tirar ele da escola, e isso a diretoria não quer). O valentão nunca é expulso da escola, nunca leva suspensão ou advertência, nunca se quer é mandado para fora da sala de aula, por mais que ele bata no professor. Depois que a escola acaba, o valentão vai virar Sr. Valentão e trabalhar em alguma empresa que o pai tem influência e nunca vai passar fome, e vai passar a sua vida inteira à assediar os funcionários moralmente até que, aos 60 anos morra de infarto com obesidade mórbida.
Quando o agredido e o valentão se encontra 30 anos depois da escola, o agredido fez faculdade, pós-graduação, mestrado e doutorado e não ganha nem 50% do que o sr. valentão ganha, sendo que o sr. valentão mal completou o 2º grau.
Todos os valentões do mundo se ferram, menos o nosso! É incrível!
Qual é a criança que nunca planejou algum plano mirabolante que vai impedir de vez que o valentão pare de nos agredir? Isso já se chama estratégia de ataque e é aplicado mais tarde em empresas, mas com outro foco.
Mamães e papais de valentões, ainda estão aí? Pois é, é por causa de vocês que existe tanta criança sofrendo. Em alguns casos durante a mudança de hormônios na puberdade, alguns não aguentam a pressão e acabam suicidando, outros que saem da realidade e cometem atentados em escola matando vários. Vocês são responsáveis por isso.
E até a política está envolvida. Afinal ao invés de criarem leis para proibir aos pais baterem em seus filhos, deveriam responsabilizar estes pais omissos pelos atos libidinosos que os filhos cometem. Sendo assim o pai ou a mãe dará olhos ao filho e não irá larga-lo na escola para o professor cuidar, como quem cuida de um animal qualquer.
Esse é a realidade do mundo babaca que vivemos.

Um comentário:

  1. Muito bom, expôs bem os problemas da realidade em que vivem os jovens, principalmente nas escolas de domínio publico,claro,gostei muito...

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